Crioterapia
A crioterapia, também chamada de criocirurgia, já é tratamento consagrado na Dermatologia para o tratamento de lesões cutâneas benignas (por exemplo, verrugas virais), pré-malignas (como as queratoses actínicas) e malignas (câncer de pele).
Como é feita a crioterapia?
Este procedimento utiliza o congelamento para atingir a destruição dos tecidos-alvo; é bastante prático, de baixo custo e pode ser realizado em pacientes portadores de marcapasso, pacientes com contraindicação a cirurgia e em gestantes.
Para a realização da criocirurgia é utiliza-se mais comumente como substância criogênica o nitrogênio líquido, por apresentar o mais baixo ponto de ebulição (-196°C), permitindo assim grande congelamento das lesões a serem tratadas.
O dano aos tecidos é causado por:
- Congelamento da água dentro e fora das células, levando a formação de cristais de gelo, quebra da membrana celular, alterações do pH e choque térmico.
- Necrose tissular por isquemia, ocorre trombose (obstrução) dos vasos que nutrem o tecido e a falta de suprimento sanguíneo leva à morte das células.
Para o tratamento de lesões benignas e superficiais, como as verrugas e ceratoses actínicas, a aplicação do spray de nitrogênio líquido e mais rápisa e o congelamento é mais superficial, sendo a recuperação mais rápida. Normalmente formam-se pequenas crostas nas áreas tratadas, que caem em uma a duas semanas. Eventualmente podem se formar pequenas bolhas nas áreas tratadas.
Já para o tratamento efetivo de tumores cutâneos é necessário que a temperatura de congelamento do tecido seja de no mínimo -50 a -60°C em dois ciclos de congelamento. É o cirurgião quem definirá a quantidade de congelamento necessária para o tratamento, baseando-se no tempo de congelamento/descongelamento, na disseminação lateral do congelamento além das margens da lesão (o qual está relacionado a profundidade de congelamento atingida), na palpação da região congelada e no tempo de descongelamento. Tais análises exigem experiência e técnica, devendo a criocirurgia ser sempre realizada por pessoas habituadas ao metódo.
Quais os tipos de câncer de pele podem ser tratados com crioterapia?
A criocirurgia pode ser utilizada para o tratamento de lesões pré-malignas, as chamadas queratoses actínicas e lesões malignas como carcinomas basocelulares.
Por ser um tratamento não cirúrgico, não existe envio de material para análise, sendo impossível avaliar com certeza a cura. Desta forma, a crioterapia está mais indicada em carcinomas basocelulares bem-definidos e não invasivos/não agressivos já que estes tipos são melhor tratados por outras modalidades.
Entre as principais vantagens da crioterapia podemos citar o fato de ser uma técnica não cirúrgica de tratamento de câncer de pele, que pode ser usada por pacientes que tenham alguma contra-indicação à cirurgia. Pode ser usada também por pacientes com marcapasso e gestantes.
Se bem realizada e indicada a criocirurgia apresenta taxas de recidiva menores que 10%, sendo uma excelente opção de tratamento em casos selecionados.
Entre as suas desvantagens podemos citar o pós operatório, que pode ser bastante doloroso e o tempo de recuperação é normalmente longo. Apesar de altos índices de cura, é um método que depende muito da experiência do cirurgião. Pessoas pouco experientes tem índices de cura menores, com recidiva do câncer de pele.
Pessoas com problemas de saúde intensificados pelo frio não podem realizar crioterapia, como por exemplo: urticária ao frio, crioglobulinemia, criofibrinogenemia, fênomeno de Raynaud’s e paniculite ao frio.